sexta-feira, 5 de junho de 2009

Terceiro mandato - A bolivarização do Brasil.


O deputado Jackson Barreto (PMDB-SE) conseguiu nesta quinta-feira (4) 176 assinaturas válidas para iniciar a tramitação da nova proposta de emenda à Constituição (PEC), que permite um terceiro mandato para quem exerce o poder Executivo (presidente governador e prefeitos).


Barreto já havia apresentado a proposta na última quinta-feira (29), com 183 assinaturas válidas. No entanto, 17 deputados retiraram os nomes e a proposta foi devolvida ao autor por falta do número mínimo de assinaturas necessárias.


Este vai e vem da tal proposta, dá mostras de ser uma coisa articulada. Avança um passo hoje retrocede um amanhã e adianta-se em mais dois passos depois, até que a proposta passe e fique a impressão de que nada se pode fazer para evitá-la.

A envergadura do autor da emenda já é um sinal claro de movimento muito bem calculado, o inexpressivo congressista parece ter sido escolhido a dedo, de forma a não deixar que o ônus de tal medida sobrecarregue a imagem dos realmente interessados em um terceiro mandato.

Alias, inexpressivo não parece ser um termo adequado, já que é possível encontrar bastante noticias sobre nosso nobre parlamentar.

Correio de Sergipe 16/09/2006

O deputado federal e candidato à reeleição, Jackson Barreto (PTB), vem se destacando negativamente na imprensa nacional como um dos parlamentares da Câmara Federal, da atual legislatura, que mais teve seu nome relacionado em ocorrências na Justiça e nos Tribunais de Contas. Segundo o site Transparência Brasil (www.transparencia.org.br), o petebista possui contra si quatro ações penais e cinco inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de diversos crimes contra a administração pública, como peculato e desvio de verbas na construção de obras públicas, quando era prefeito de Aracaju.

Blog de Itamar Santana (PPS) em 04/05/2009

O senador Almeida Lima (PMDB) revelou hoje (4), durante entrevista ao radialista Gilmar Carvalho, na Ilha FM, que o deputado federal Jackson Barreto (PMDB) foi a Alagoas pedir recursos financeiros para uma de suas campanhas eleitorais ao então governador Fernando Collor de Mello e ao senador Renan Calheiros.

Segundo Almeida, o ex-vereador Marcélio Bonfim acompanhou Jackson em sua visita a Collor e Renan.

O senador não soube dizer qual foi à campanha eleitoral de Jackson que teve recursos dos políticos alagoanos.

A revelação de Almeida foi uma resposta às críticas de Jackson à sua aliança com Renan Calheiros.

2010

Sobre as eleições de 2010, Almeida disse que pode ser ou não candidato e que não está preocupado em saber se vai comandar o PMDB em Sergipe ou se vai ter que se submeter a Jackson, que preside o partido.

O senador disse que pode apoiar a reeleição do governador Marcelo Déda (PT), fazer aliança com o ex-governador João Alves Filho (DEM) ou não participar das próximas eleições. Fonte www.nenoticias.com.br

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E quem se der ao trabalho de consultar o google pode ainda encontrar mais informações sobre a carreira política de nosso defensor da bolivarização política do Brasil.

Causa estranhamento às tímidas reações da mídia e da oposição, não existe uma mobilização inequívoca contra a mudança de regra no decorrer do jogo.

Isto não é saudável para a consolidação da democracia e assusta ainda mais sendo em beneficio de um ícone da luta pela redemocratização. Muita gente tem motivos de sobra para ganhar com o tal terceiro mandato, até na oposição, mas o povo certamente perderá com mais esta manobra. FHC chegou ao poder, gostou e articulou a re-eleição, Lula criticou, mas chegou ao poder gostou e pleiteia sorrateiramente a re re-eleição e a cada novo presidente com apoio da opinião publica vai esticando-se o mandato até que sem que o povo se dê conta teremos um ditador no poder, com eleições tão validas como as cubanas.

Todos os paises onde um só partido ficou no poder por muito tempo, pagou preço altíssimo por isto, como pode ser conferido no Paraguay e no México. As instituições deterioram-se, a corrupção torna-se institucional e a maquina publica é privatizada em favor de um grupo e em detrimento do povo.

No Brasil, que se pretende o carro chefe da América Latina, o processo é ainda mais perverso, já que não existe identificação popular com partidos e ideologias políticas, mas o poder é personificado na figura do presidente da republica, elevando ainda mais o risco de um ditador populista aboletar-se no poder indefinidamente.

Fica aqui o protesto e o apelo para os "amigos" do terceiro mandato, que mostrem suas caras, já que o autor da PEC não tem peso politico para angariar 170 adesões nem para churrasco beneficente de fim de semana.


Postado originalmente no blog Pindorama Press

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